Resumo do Artigo

Resumo

A música tem sido identificada como uma força em pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo; no entanto, atualmente não há evidências neurocientificas que sustentem seus benefícios. Dado o seu apelo universal, o valor de recompensa intrínseca e a capacidade de modificar o cérebro e o comportamento, a música pode ser um potente suporte terapêutico no autismo. Aqui nós avaliamos os resultados neurocomportamentais de uma intervenção musical, em comparação com uma intervenção controle não musical, na comunicação social e conectividade cerebral em crianças em idade escolar. Cinquenta e uma crianças com idades entre 6 e 12 anos, com autismo, foram randomizadas para receber 8-12 semanas de intervenção musical (n = 26) ou intervenção não musical (n = 25). A intervenção musical contemplou o uso de abordagens improvisacionais, através de canção e ritmo, com enfoque na comunicação social. O controle não musical foi uma intervenção comportamental estruturalmente pareada com a intervenção musical, mas implementada em um contexto não musical. Os grupos foram avaliados antes e após a intervenção, na comunicação social e conectividade funcional, em estado de repouso, de redes cerebrais frontotemporais. Escores de comunicação foram maiores no grupo de música pós-intervenção (pontuação da diferença = 4,84, P = 0,01). Foi relatada maior conectividade funcional cerebral no estado de repouso pós-intervenção nos grupos música vs. não-música entre regiões auditivas e subcorticais (z = 3,94, P<0,0001) e regiões auditivas e motoras frontais ( z = 3,16, P <. 0001). Conectividade cerebral entre as regiões auditivas e visuais, excessiva no autismo, foi menor, pós intervenção, no grupo de intervenção musical em comparação com o grupo de intervenção não-musical ( z = 4,01, P <0,001).  Conectividade cerebral pós-intervenção no grupo de música foi relacionada à melhoria da comunicação ( z = 3,57, P <0,0001). Este estudo fornece a primeira evidência de que 8-12 semanas de intervenção musical individual podem, de fato, melhorar a comunicação social e a conectividade funcional do cérebro, dando suporte a futuras investigações de modelos neurobiologicamente fundamentados de intervenções musicais no autismo.

Tradução Livre


Autores: Megha Sharda, Carola Tuerk, Rakhee Chowdhury, Kevin Jamey, Nicholas Foster, Melanie Custo-Blanch, Melissa Tan, Aparna Nadig e Krista Hyde.