Resumo do Artigo

Introdução: Mães de bebês prematuros frequentemente apresentam sintomas de ansiedade e depressão. Estes são reconhecidos como fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e estão associados a baixos índices de Variabilidade da Frequência Cardíaca (VFC). O objetivo do presente estudo é avaliar a influência da intervenção musicoterapêutica sobre o controle autonômico da frequência cardíaca, ansiedade e depressão em mães.

Métodos: Estudo clínico randomizado prospectivo incluindo 21 mães de prematuros internados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, de um hospital terceirizado, recrutadas entre agosto de 2015 a setembro de 2017, e divididas em grupo controle (GC; n= 11) e grupo de musicoterapia (GMT; n = 10). As participantes foram submetidas à avaliação de ansiedade e depressão, bem como medições dos intervalos entre batimentos cardíacos consecutivos ou intervalos RR para a análise da VFC em dois momentos, na primeira e ultima semana de internação do pretermo.  As intervenções musicoterapêuticas ocorreram individualmente de forma semanal com duração média de 45 minutos com utilização de técnicas receptivas. A média e o desvio padrão das variáveis foram obtidos e avaliada a normalidade dos dados pelo teste de Kolmogorov-Smirnov. Foram utilizados o teste t para amostras pareadas ou o teste de Wilcoxon; a correlação foi avaliada pelo teste de Correlação de Pearson e teste exato de Fisher para avaliar a diferença entre as variáveis categóricas. Valores de p<0,05 foram considerados significativos. A análise estatística foi realizada utilizando o Statistical Package for the Social Sciences, versão 20 (SPSS, Chicago, IL).

Resultados: As participantes do GMT tiveram uma média de sete sessões de musicoterapia e mostraram melhora nos escores de ansiedade, depressão e nos índices autonômicos do domínio do tempo (p <0,05). Correlações significativas foram encontradas entre depressão e modulação parassimpática usando análise linear (r = – 0,687; p = 0,028) e não linear (r = -0.689; p = 0,027) no GMT.

Conclusão: A musicoterapia teve um impacto significativamente positivo nas variáveis estudadas. Tais fatores atuam na prevenção de doenças cardiovasculares, que hoje é um importante agravante de saúde pública.

Registro: Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos (RBR-3x7gz8). Registrado retrospectivamente em 17 de novembro de 2017.

Palavras-chave: Variabilidade da Frequência Cardíaca. Ansidedade. Depressão. Mães. Musicoterapia.

Tradução Livre


Autores: Mayara K. A. Ribeiro, Tereza R. M. Alcântara-Silva, Jordana C. M. Oliveira, Tamara C. Paula, João B. R. Dutra, Gustavo R. Pedrino, Karina Simões, Romes B. Sousa e Ana C. S. Rebelo.