Resumo do Artigo

Nós apresentamos um estudo elaborado para avaliar a presença do “efeito de positividade” em memórias autobiográficas evocadas por música (MAEM). Especificamente, nós buscamos determinar se o efeito de positividade é evidente em casos de doença de Alzheimer (DA), onde a preservação da memória musical pode ser verificada na habilidade de recobrar lembranças que estejam associadas a determinadas músicas. O efeito de positividade se refere às situações nas quais, em comparação com adultos jovens, idosos apresentam uma preferência em atenção e memória para informações positivas, em detrimento de informações negativas. O efeito de positividade é considerado como um marca do envelhecimento saudável.

Três grupos de participantes – 20 adultos jovens, 20 idosos e 20 idosos com DA leve ou moderada – receberam a tarefa de escutar excertos musicais familiares e de descrever as memória evocadas por eles. As palavras utilizadas e os tópicos abordados pelos participantes foram transcritos e analisados, e as memórias autobiográficas também foram analisadas pelos próprios participantes, como forma de detectar um possível viés de positividade ou de ausência de negatividade nos idosos em comparação com os jovens. Autoavaliações produziram as maiores evidências.

Em comparação com os jovens adultos, ambos os grupos de idosos reportaram memórias autobiográficas menos específicas, menos vividas, mais positivas e menos negativas. De modo geral, as características das memórias autobiográficas evocadas por música refletem o efeito da idade, mas não o da doença. Para participantes com AD, MAEMs podem revelar um senso de auto-identidade que foi preservado apesar dos males causados pela degeneração neural.

Palavras-chave: Memória. Psicologia da Música. Demência. Doença de Alzheimer. Envelhecimento. Qualidade de Vida.


Autores: Lola L. Cuddy, Ritu Sikka, Kristen Silveira, Sean Bai, Ashley Vanstone.