Resumo do Artigo

Os bebês aprendem a controlar seus estados emocionais e o comportamento que terão posteriormente por meio de interações diádicas com os cuidadores. Durante o “canto dirigido ao bebê”, as mães ajudam os bebês a praticar o controle da atenção e a modulação da excitação, proporcionando assim uma experiência de extrema importância na autorregulação. Os bebês com Síndrome de Down apresentam déficits de atenção e lentificação no processamento de informações, bem como dificuldade para lidar com os estímulos, fatores que podem atrapalhar seus esforços de autorregulação.

Objetivo:

Foram exploradas as respostas ao “canto dirigido” de bebês com Síndrome de Down e comparadas com aquelas de bebês com desenvolvimento normal. As medidas comportamentais utilizadas incluíram a fixação do olhar do bebê e o afeto, como indicadores de autorregulação.

Métodos:

Os participantes foram bebês de 3 a 9 meses de idade, com e sem Síndrome de Down, que foram filmados em uma interação face a face de 2 minutos na qual suas mães cantaram para eles qualquer música de sua escolha. O comportamento dos bebês foi então codificado pela porcentagem de tempo gasto na demonstração de um olhar específico ou tipo de afeto.

Resultados:

Todas as crianças apresentaram o olhar fixo mais do que qualquer outro tipo de olhar. Os bebês com desenvolvimento normal apresentaram um olhar intermitente significativamente mais frequente do que os bebês com Síndrome de Down. Com relação ao tipo de afeto, não houve efeito demonstrado; sendo assim, todos os bebês apresentaram afeto predominantemente neutro.

Conclusões:

As descobertas sugerem que o “canto dirigido ao bebê” efetivamente mantém a atenção da criança, tanto nos bebês com desenvolvimento normal quanto nos bebês com Síndrome de Down. No entanto, bebês com Síndrome de Down podem ter dificuldade em alternar a atenção durante o canto dirigido, conforme necessário, para ajustar os níveis de excitação e auto-regulação. Altos níveis de afeto neutro para todos os bebês indicam que o canto dirigido é capaz de promover um estado calmo e de curiosidade, independentemente da condição da criança.

Tradução Livre


Autor: Shannon K. de l’Etoile, PhD, MT-BC – University of Miami